Há muito tempo, em nossas redes sociais, vinham pedidos para contar a verdadeira história da música, que a princípio muitos conheceram como "Sou Vaqueiro Nordestino", ou como “Valeu boi, valeu Vaqueiro”. De verdade, o título original da música é O REI DAS VAQUEJADAS. Vários artistas, de todas as regiões do Brasil, estão participando de uma campanha para ajudar a divulgar o nome correto da música e o seu verdadeiro compositor.

                       Nós tivemos acesso a informações oficiais, através do filho do compositor, que há pouco mais de 3 anos, está com a missão de resgatar a dignidade artística do seu pai e reverter o dano moral causado pela música ter sido conhecida por outros títulos e como sendo de outros cantores. A história é muito emocionante e marca um drama em busca de justiça e amor pelo pai. Somos solidários a dor deste compositor e sua família, e esta é a forma que encontramos de homenageá-lo e tornar público está injustiça.

                        Estamos falando de Antônio Olinto Filho, de nome artístico Olinto Potiguar, natural de Apodi-RN. Nasceu em 1956, no Sítio Mansidão, zona rural do município. Desde sua infância gostava de música. Conta que tirava os fios da cerca para colocar num violão de brinquedo dado de presente pelo irmão (in memorian). Cresceu arando terras, ajudando seus pais na criação dos poucos animais que tinham e vendo seus tios pegando boi no mato. Essa vivência real deu inspiração para compor várias músicas com a temática de vaquejada e da vida do nordestino no campo.

                        Sua carreira artística é marcada por tentar conciliar, primeiramente, os estudos com a música; e mais tarde, após formado em Engenharia Mecânica, com o trabalho. Iniciou por volta de 1973, participando de blocos de carnavais e apresentações estudantis na sua cidade natal. Inicialmente usava apenas o nome “Olinto”. Em 1988, começou a utilizar “Olinto Potiguar”, sugestão dada por seu produtor, Assisão, uma lenda do forró.

                     Potiguar tem uma vasta discografia que inclui 6 trabalhos próprios: 1 compacto duplo (1987), 3 LP’s (1988, 1989 e 1991) e 2 CDs (1996 e 1999). Além de mais 3 discos: a coletânea com seus 20 maiores sucessos (2000), o CD de participação no Festival Forraço (2004) e a Coletânea forró das antigas - O Melhor das Vaquejadas (2012).

                     Durante sua carreira participou de 4 festivais. O primeiro, foi o Festival da Canção Potiguar, em 1977, em Natal-RN, promovido pela Rádio Trairy, onde ficou em 1º lugar com a música “Cinzas de Carnaval”. Em 1988, participou do Festival dos compositores do RN (FECOMP), organizado pela Rádio Rural de Mossoró-RN, com a música “Vaqueiro Nordestino”, novamente fica em 1º lugar. Participa com a mesma música, em 1981, do Festival Universitário da Faculdade de Engenharia de Varginha-MG, conseguindo o 2º lugar. Ganhando também como canção mais popular do festival, em votação direta, pela plateia. Por fim, em 2004, se inscreve no Festival Forraço, realizado pela Inter TV Cabugi, afiliada da Rede Globo no RN, com a música “Mar de corrupção”, sendo classificado em 9º lugar. Nosso poeta possui mais de 300 (trezentas) composições. Destas, a grande maioria nas várias vertentes do forró (xote, vaneirão, xaxado e forró de vaquejada), onde se consagrou. Mas também enveredou a compor outros estilos musicais: machinhas de carnaval, brega, samba e MPB. Fez músicas para vários artistas potiguares, como: Nara Costa, Fátima Melo e Messias Paraguai.

                      O seu maior sucesso é O REI DAS VAQUEJADAS, que é aclamada pela vaqueirama como o “Hino das vaquejadas”. A música foi registrada no Escritório Central de Arrecadação de Direitos Autorais do Brasil (ECAD), com número de registro 585218. Foi gravada, no mesmo ano, em CD editado com IRSC, pela Forall Music, sendo a segunda faixa do disco intitulado “O povo quer forró”.




                    Em plena pandemia, o seu primogénito, começou a investigar o motivo do pai não estar ganhado os direitos autorais da música. Uma vez que, era tocada por vários cantores de renome nacional. Alysson, só não imaginava que estava preste a descobrir, provavelmente, o maior caso de plágio e apropriação ilícita da história da música. São mais de 50 (cinquenta) artistas envolvidos.

                    Ele fez uma denúncia no canal de ética do ECAD, solicitando esclarecimentos ao órgão. Foi emitido um relatório que explicita que dois artistas plagiaram a música, ou seja, disseram que a música é deles. Outros dois artistas gravaram dos que plagiaram. E mais 10 artistas gravaram sem informar a autoria, declarando que não sabiam de quem era a obra. Há 5 Cds que tiveram tiragem de venda. O restante gravou em CDs promocionais, ou subiram em plataformas de streaming sem autorização do mesmo. O mais absurdo é que tem situação de interprete que gravou a música duas vezes, utilizando títulos divergentes.

                      Nosso artista nunca recebeu nenhum centavo por nenhum CD e DVD gravado, nem muitos menos pela execução da música nos shows e lives de forró e nas festas de vaquejadas, nem mesmo é reconhecido pela autoria dessa obra de arte na temática da vaquejada.

                        Há vários processos em trânsito, em busca dos direitos autorais, dentre os colocados até o momento estão: Wesley Safadão, Xand Avião, Gleydson Gavião, Mano Walter, Brasa do Forró, Toca do Vale, Banda Valeu Boi, Alcymar Monteiro e Didi Marques. Olinto ganhou, em 1ª instância, em vários processos, outros ainda não “andaram”. No entanto, o valor dos danos morais é irrisório diante o potencial da música. Os juristas estão mandando os réus pagar R$ 5.000,00. Esperamos que estes magistrados possam entender o quanto a música objeto do processo é importante para os nordestino e vaqueiros de todo o Brasil e possam recompensar melhor a perda sofrida por Olinto, que está em tratamento pela tristeza de ter tido sua música usurpada por vários artistas.

                      Desejamos sorte e força, ao nosso amigo Olinto, nessa batalha pelos seus direitos autorais e que ele seja reconhecido em vida pela autoria desse sucesso. Convocamos a todos que gostam da música a conhecer a versão original que está fixada no feed do Instagram de @olintopotiguar (https://www.instagram.com/p/CiXtqY_DTYJ/) e deixar uma mensagem de apoio.

                       Veja a primeira versão e original Gravada em 1996, pelo autor e compositor da mesma Olinto Potiguar. "Rei das Vaquejadas" titulo da canção.





                         
                  Veja Algumas bandas Que Chegaram a Regrava a Canção " O rei das Vaquejadas".

Forró Cavalo de Aço



Gledson Gavião, e Gaviões do Forró.

Brasas do Forró



Wesley Safadão


Tarcísio do Acordeom


Aviões do Forró.


Arreio de Ouro



             



Por: Nordeste Forró.

(Matéria elaborada )